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Médicos peritos do INSS voltam ao trabalho após 4 meses de greve no PR

Os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do Paraná, que estavam em greve desde setembro de 2015, retornaram às atividades nesta segunda-feira (25). A entidade informa, no entanto, que será retomado apenas o atendimento aos usuários que ainda não se submeteram à perícia médica inicial e que os trabalhadores permanecerão em estado de greve.

 

 

Nesses pouco mais de 140 dias de paralisação, apenas 30% dos serviços foram mantidos nas agências do estado. Em Curitiba, Região Metropolitana e litoral são cerca de 60 médicos que atuam na função. Em todo o estado, as agências abriram por volta das 7h e não houve registros de filas ou tumulto.

 

 

Segundo o sindicato, as principais reivindicações dos previdenciários são a incorporação da gratificação a aposentadoria, 30 horas de trabalho semanais e a realização de concurso público.

 


    Na agência da Praça Santos Andrade, uma das principais na capital, a prioridade foi dada aos usuários que ficaram sem receber o auxílio-doença durante o período de greve.

     

     

    Ao G1, a médica perita Kati Patsis, porta-voz da associação de médicos peritos em Curitiba, disse que o atendimento deve ser normalizado em até três meses. "Se houver sensibilidade e cooperação do INSS, claro", argumentou.

     

     

    "O estado de greve está mantido. Não houve negociações com o governo. Voltamos ao trabalho porque parece que não há preocupação com quem precisa do benefício. Deixamos de receber e levamos falta não justificada Isso é um retrocesso. Os nossos dias parados foram descontados. Não temos direito mais de fazer greve?", acrescentou a médica.

     

     

    O pintor de automóveis Vanderlei da Silva, de 46 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, por conta disso, o movimento de um dos braços ficou comprometido.

     

     

    "Mal consigo cortar uma carne", diz. Ele está tentando fazer a perícia há um ano, mas devido à greve não conseguiu. "Estou sem receber, sem trabalhar. Eu preciso do benefício. Vou tirar dinheiro de onde? Se não fosse a minha família, estaria morando na rua. Não é justo, a hora que mais precisamos, nos viram as costas? Eu queria estar trabalhando, mas não consigo", relatou.

     

     

    A perícia dele foi marcada para o dia 22 de março.

     

     

    A diarista Maria da Luz, de 67 anos, conseguiu fazer a perícia em uma das agências em Curitiba no início da manhã. No entanto, faltaram exames para que o procedimento fosse concluído e foi necessário remarcar.

     

     

    Quem precisou de atendimento na agência do INSS em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, também não enfrentou filas na manhã desta segunda. O ajudante de pedreiro Luis Fernando Rigon foi atendido pelo médico perito pouco mais de um mês depois de ter agendado a perícia. "Marquei a perícia no dia 12 de dezembro, infelizmente temos que ter paciência e esperar um pouco pelo atendimento. Acredito que até não demorou muito", diz.

     

     

    Já em Maringá, na região norte, o beneficiário precisou ter paciência logo no início da manhã. Por volta das 7h30, cerca de 20 enfrentaram fila a espera de atendimento.

     

     

    O INSS informou que o retorno dos peritos ao trabalho "permitirá ao Instituto envidar esforços para  uma rápida e completa regularização do atendimento à população, reduzindo o tempo de espera pela perícia médica e agilizando a conclusão dos processos represados".

     

     

    A greve, que foi a mais longa da categoria, foi iniciada no dia 4 de setembro do ano passado. Mais de 2 milhões de perícias deixaram de ser feitas desde então, segundo a associação que representa os trabalhadores. O INSS fala em 1,3 milhão.

     




    FONTE: g1, 26 de fevereiro de 2016

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