Paraná decreta estado de emergência em 27 municípios
Com a medida, Estado deve receber repasse de R$ 1,5 milhão da União; Noroeste e Sudoeste concentram cidades mais afetadas
o ainda se ressente das perdas materiais; governador visitou a região ontem
Após as tempestades e vendavais que atingiram o Estado nesta semana e afetaram mais de 33 mil pessoas, o governador Beto Richa (PSDB) assinou ontem o primeiro decreto de situação de emergência para recuperação dos estragos provocados em 27 municípios paranaenses. O decreto deve ser publicado hoje no Diário Oficial do Estado para oficializar o pedido de apoio dos municípios, que podem contar com recursos federais e estaduais na reconstrução de casas e na assistência dos moradores atingidos pelas intempéries climáticas. Juntas, as 27 cidades somam mais de 661 mil moradores, cerca de 5,7% da população total do Estado, estimada em 11,80 milhões de pessoas segundo o IBGE.
O Governo Estadual ainda anunciou que R$ 3 milhões serão destinados ao socorro das vítimas de alagamentos, enxurradas, tempestades de granizo e ventanias. Além do recurso próprio, o Paraná solicitou R$ 1,6 milhão ao Ministério da Integração Nacional, por meio do decreto que oficializa a situação de emergência nos municípios, localizados principalmente nas regiões Noroeste e Sudoeste.
De acordo com o porta-voz da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Paraná, capitão Eduardo Gomes Pinheiro, as informações dos municípios afetados em um único decreto estadual pode agilizar o processo de envio das demandas ao governo federal, o que é importante para receber a assistência de maneira mais rápida. "O decreto tem o objetivo de apontar os municípios com necessidade de intervenção emergencial em busca do apoio do governo federal", explicou.
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, se reuniu ontem de manhã com Richa, em Curitiba, para discutir o auxílio federal e teria prometido reconhecer por procedimento sumário a situação de emergência dos municípios paranaenses. O ministério ainda deve enviar ao Estado kits de ajuda humanitária e recursos para aquisição de telhas para recuperar os telhados das casas danificadas por vendavais e granizo. Além disso, uma técnica do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) permanece no Paraná para auxiliar a Defesa Civil na produção de um Plano Detalhado de Resposta para identificar as necessidades locais.
Na tarde de ontem, Richa visitou a comunidade de Quilômetro Oito, em Francisco Beltrão, no Sudoeste, onde um tornado com ventos acima de 120 km/h destruiu 12 casas e deixou 150 residências danificadas na zona rural e na cidade. Na última segunda-feira, 19 pessoas ficaram feridas e 52 moradores estão desabrigados em decorrência do tornado, o primeiro registrado no Paraná nos últimos 50 anos. O último boletim da Defesa Civil, divulgado na tarde de ontem, informa que 52 municípios foram afetados na última semana, 200 paranaenses permanecem desalojados e quatro pessoas estão internadas.
A Defesa Civil aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar se a morte de Pedro Felício Gonçalves, 40 anos, foi provocada pela cheia do rio Ligeiro, na zona rural do município de Araruna (Noroeste). O óbito é o único investigado no Estado em decorrência do mau tempo. A vítima foi encontrada com um corte na perna na margem do rio e a principal suspeita é que o morador tenha caído durante a tentativa de travessia da nascente. Segundo a Defesa Civil de Araruna, o transbordamento não atingiu nenhuma residência no distrito de São Vicente. O principal problema registrado na comunidade rural foi a tempestade de granizo que danificou cerca de 25 casas.
Fonte: Folha de Londrina, 17 de julho de 2015
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