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Bom desempenho da Copel não impedirá novos reajustes nas tarifas


Lucro líquido da companhia em 2014 cresceu 21,3% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 1,336 bilhão

 

Arquivo Folha
No ano passado, a companhia investiu R$ 2,239 bilhões,
a maior parte em geração e transmissão de energia

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) fechou o ano de 2014 com um lucro líquido de R$ 1,336 bilhão, o que representou um crescimento de 21,3% sobre 2013. No mesmo período, a receita operacional líquida ficou em R$ 13,919 bilhões, com alta de 51,6%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 2,340 bilhões, com crescimento de 27,9%. Apesar do resultado positivo, as ações da estatal paranaense fecharam em baixa na bolsa de valores ontem. 

Mesmo com o bom desempenho da companhia no ano passado, foi necessário o aumento médio de 36,4% nas faturas a partir de 2 de março que, para o consumidor residencial, teve um efeito de 31,8%. Essa elevação das contas fez parte de um reajuste extraordinário anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para cobrir o custo da energia que ficou mais caro devido ao uso intenso das usinas termelétricas, em função da crise hídrica pela qual atravessa o País. E, segundo o diretor presidente da Copel Distribuição, Vlademir Daleffe, o reajuste tarifário anual da Copel que acontece em junho também deve trazer um novo aumento, em percentual ainda não definido. 

A companhia explica o crescimento do lucro líquido em 2014 em função de vários fatores. Um deles seria uma espécie de ganho contábil. O balanço aponta que houve o "reconhecimento de R$ 1,041 bilhão referente ao resultado de ativos e passivos financeiros setoriais". Daleffe esclarece que fez parte deste balanço um diferimento de 15% equivalente a R$ 600 milhões que, na prática, ainda não entraram no caixa da companhia. Segundo ele, esse diferimento é proveniente de parte de percentuais de reajustes que deixaram de ser aplicados em 2013 e 2014 e que podem ser aplicados neste ano. 

Ainda há outros R$ 400 milhões referentes à compra de energia que também entraram no balanço como se a companhia já tivesse recebido, mas que ainda vai ser contabilizado, na prática, até a metade deste ano. "O valor de R$ 1,041 bilhão não entrou no caixa ainda. É um lucro contábil", explicou. 

Segundo ele, o aumento de 36,4% nas faturas que entrou em vigor no início de março foi necessário para compensar o encarecimento da energia de Itaipu e o fim dos repasses do Tesouro à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). "Dos 36% de aumento, não ficou um centavo na Copel", afirmou.

Daleffe disse ainda que o lucro de 2014 também foi possível devido aos ganhos da Copel Geração com a venda de energia gerada pela Usina Termelétrica de Araucária. Segundo ele, também houve redução de 1% do custo operacional da companhia. O resultado positivo de 2014 também foi possível em função do reajuste de 24,86% que entrou em vigor em junho do ano passado. 

A Copel tem ainda um diferimento de 15%, ou seja, uma parte de reajuste que não foi aplicada em 2013 e 2014 que pode fazer parte do reajuste que acontece em 24 de junho. Segundo Daleffe, será necessário um aumento em junho para manter minimamente os custos operacionais. 

No ano passado, a empresa investiu R$ 2,239 bilhões, valor 15,6% superior a 2013. Grande parte deste montante foi aplicado em geração e transmissão de energia, com destaque para a geração eólica. Em 2015, a meta, segundo Daleffe, é aplicar outros R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 800 milhões em distribuição. Devem ser feitos também investimentos de novos negócios em geração, transmissão e telecomunicações. Há ainda a meta de ampliar em 200 MW a termelétrica de Araucária, mas isso depende de a Copel ser bem sucedida em leilão de térmicas que será realizado pelo governo federal.


Fonte: Folha de Londrina, 24 de março de 2015


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