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Lista de políticos paranaenses ligados à "Lava Jato" movimenta semana

Expectativa é de Ministério Público Federal apresente relação de envolvidos à Justiça até quarta-feira

 

A semana começa sob a expectativa da divulgação da lista de políticos envolvidos na Operação Lava Jato – que investiga um esquema bilionário de desvio de recursos da Petrobras. A previsão é de que o Ministério Público Federal a relação à Justiça até quarta-feira.

No Paraná, a dúvida é se será confirmado ou não o envolvimento de nomes proeminentes da política no Estado já citados até aqui nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, além do “laranja” de Youssef, Leonardo Meirelles. Nesse caso, a lista incluiria desde lideranças da base do governo Dilma Rousseff, como a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido e ex-ministro Paulo Bernardo, além de parlamentares como o deputado federal Nelson Meurer (PP), até políticos de oposição, como o senador Álvaro Dias (PSDB). Todos negaram até aqui relação com o esquema.

Gleisi e Paulo Bernardo teriam sido citados por Youssef e Costa como destinatários de R$ 1 milhão desviado pelo esquema para a campanha ao Senado da ex-ministra de 2010. Segundo essa versão – contestada pelo casal – Bernardo teria pedido o dinheiro ao doleiro, que teria entregue repassado em quatro parcelas e recebida  por emissários em um shopping de Curitiba. "O Estado de São Paulo" apontou ainda como possível prova uma anotação na agenda de Youssef com os dizeres "PB 0,1", em referência ao ex-ministro. Tanto Gleisi quanto Bernardo negaram conhecer o doleiro ou ter recebido recursos do esquema.

Já Meurer teria sido apontado como recebedor de supostos pagamentos efetuados pelo doleiro Carlos Habib Chater, a pedido de Youssef. Laudo pericial feito pela PF em arquivos eletrônicos usados para contabilidade informal do Posto da Torre, um posto de gasolina em Brasília, mostra transferências feitas por Chater para uma pessoa identificada como "Nelson" e "Nelson Meurer". Os lançamentos foram feitos entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009 e totalizam R$ 159 mil. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato em primeira instância, enviou para o Supremo Tribunal Federal (STF) documentos obtidos pela Polícia Federal relativos ao caso envolvendo o parlamentar paranaense. O deputado nega relação com o caso.

“Laranja” de Youssef no laboratório Labogem também preso na operação Lava Jato, o empresário Leonardo Meirelles – afirmou em depoimento à Justiça Federal que além do ex-presidente nacional do PSDB, e ex-senador Sérgio Guerra – que morreu em março de 2014 - outro político da região de Londrina teria recebido recursos do esquema. Antes disso, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que teria repassado R$ 1 milhão a Guerra para que ele ajudasse a esvaziar as investigações de uma CPI que apurava corrupção na estatal em 2010. Alvaro integrava a comissão, e deixou a CPI junto com o dirigente tucano, acusando a bancada do governo de barrar as investigações. Segundo Meirelles, um outro político tucano de Londrina estaria envolvido. O senador nega ter relação com o esquema.

Procuradores da República que elaboraram as peças contra autoridades citadas  passaram o final de semane relendo todo material.  Os oito procuradores que integram o grupo de trabalho coordenado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tentam concluir o trabalho para que o material chegue ao Supremo Tribunal Federal - no caso de parlamentares - e ao Superior Tribunal de Justiça - no caso de governadores - até quarta-feira. Checam todas as peças para que não haja nenhuma incoerência entre os casos, já que todos estão interligados.

O procedimento habitual do procurador-geral da República é de avisar políticos investigados antes de solicitar as investigações ao Supremo, para que os parlamentares não sejam "intimados" por notícias veiculadas na imprensa. Contudo, ainda não se sabe se o procurador adotará o mesmo hábito nos casos relativos à Lava Jato.


Fonte: Bem Paraná, 02 de março de 2015

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