Paralisação de 24 horas nesta quinta (28) cancela voos para o Brasil.
Sindicato fala em 85% de adesão; governo, em 25%.
greve geral de 24 horas na Argentina convocada pelas três centrais operárias opositoras à presidente Cristina Kirchner começou nesta quinta-feira (28) com bloqueios em estradas ecancelamento de voos, inclusive no Brasil. A paralisação, a segunda em quatro meses, exige melhorias salariais num momento em que a economia está em declínio.
Houve confronto entre policiais e manifestantes em uma das estradas de acesso a Buenos Aires. Não há relatos de feridos.
Maquinistas de trens, bancários, portuários, trabalhadores aeronáuticos, funcionários de hospitais públicos e caminhoneiros são alguns dos setores atingidos pela greve. Outros sindicatos, como o de funcionários públicos, já realizavam paralisação desde a última quarta (27), para totalizar 36 horas.
O governo afirma que os sindicatos opositores que convocaram a greve e que prometem mais ações de força para setembro buscam obter ganhos políticos.Em entrevista durante a manhã desta quinta, Hugo Moyano, do sindicato dos caminhoneiros e um dos líderes da greve, afirmou que houve 85% de adesão. Antes disso, o chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich, afirmou que 75% dos argentinos tinham ido trabalhar no dia.
Os bloqueios e piquetes nos acessos principais a Buenos Aires e ao centro da capital, onde milhares de pessoas trabalham, foram organizados pelos grupos sindicais mais radicais desde a meia-noite, para impedir a passagem de alguns transportes públicos, como táxis e ônibus que não aderiram à greve.
Os temas centrais da greve são a queda do emprego, um imposto sobre a renda que afeta grande parte da massa trabalhadora e a inflação incontrolável que é vivida em um clima de incerteza financeira pelo bloqueio judicial de pagamentos da dívida argentina nos Estados Unidos, que empurrou a terceira economia da América Latina a um calote seletivo.
O sindicato dos motoristas de ônibus não aderiu à greve. Na primeira paralisação deste ano, em 10 de abril, esse sindicato cumpriu o objetivo de esvaziar as ruas, os postos de trabalho e as escolas.
No entanto, nesta quinta, alguns motoristas de vias que estão bloqueadas interromperam os serviços, enquanto outros exigiram que o governo garanta medidas de segurança.
Os sindicatos denunciam que a inflação anual superior a 30% castiga sem piedade os bolsos dos trabalhadores, num momento em que a taxa de desemprego cresceu de 7,1% a 7,5%.
Durante o dia não são esperadas manifestações ou concentrações na capital.
Estação de metrô em Buenos Aires exibe aviso de linha parada por falta de funcionários (Foto: Reuters)
Polícia faz barreira para conter protesto de grevistas em Buenos Aires (Foto: Natacha Pisarenko/AP)
Fotógrafa cai no asfalto após ser atingida por policial durante protesto em Buenos Aires, na quarta-feira (27)
(Foto: Enrique Marcarian/Reuters)
Fonte: G1, 29 de agosto de 2014
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