Indicador caiu 1,7% em julho na comparação com o mesmo mês de 2013.
Recuo dos preços reflete expectativa de aumento da oferta.
O índice de preços dos alimentos da FAO, braço da Organização das Nações Unidas para agricultura e alimentação, diminuiu pelo quarto mês consecutivo em julho, para 203,9 pontos, como reflexo da redução dos preços internacionais de milho, trigo e sementes oleaginosas. O índice caiu 1,7% na comparação com o mesmo mês de 2013, 2,1% ante junho último e ficou no mais baixo nível desde janeiro de 2014. O indicador tem como base o comércio internacional de uma cesta de produtos.
"O declínio dos preços dos alimentos desde março reflete a expectativa de aumento de oferta na atual temporada e na próxima, especialmente de cereais e óleos", disse o economista da FAO Concepción Calpe, em nota à imprensa.
O índice de preços dos cereais ficou em 185,4 pontos em julho, queda de 16,6% ante o mesmo mês do ano passado e de 5,5% na comparação com junho. Em particular, a redução dos preços do milho (9,2% na comparação com junho) e do trigo (5,8% de queda) puxaram o indicador para baixo, diz a FAO. Do lado oposto, os preços do arroz subirem ligeiramente, devido a uma redução nas ofertas internacionais com a suspensão das vendas das reservas públicas da Tailândia.
O indicador de preços dos óleos vegetais ficou em 181,1 pontos, com redução anual de 3% e mensal de 4,1%. "A cotação do óleo de soja caiu principalmente em resposta as perspectivas de colheita recorde do grão nos EUA, assim como de oferta abundante na América do Sul", diz a FAO. O valor dos óleo de palma caiu com o fortalecimento da moeda da Malásia e redução na demanda mundial.
O índice preços para os produtos lácteos ficou em 226,1 pontos em julho, com redução de 4,4% ante junho e de 7,2% na comparação com julho de 2013.
Do lado oposto a essas retrações, o indicador para carnes subiu pelo quinto mês consecutivo: 1,8% na comparação mensal e 14,1% ante o julho do ano passado, para 204,8 pontos. A contínua demanda por carnes da Ásia, em particular pela China, empurrou o indicador para cima.
Os preços dos açúcares acompanhandos pela FAO mantiveram-se praticamente estáveis na comparação mensal, em 259,1 pontos. Na relação com julho do ano passado, o indicador subiu 8,4%. "Os preços internacionais do açúcar ficaram volátis ao longo dos últimos três meses, em meio à incerteza sobre o impacto da seca nas lavouras de cana-de-açúcar no Brasil, o maior produtor e exportador do mundo, e indicações de chuvas de monção mais baixas na Índia, o segundo maior produtor de açúcar".
Fonte: G1, 08 de agosto de 2014
< Anterior | Próximo > |
---|