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No PR, 58 anos separam candidatos

Estreantes em eleições, os curitibanos Isaak Almeida (PSDC), de 21 anos, e Renê Berti (PTB), 79 anos, priorizam áreas diferentes

 

 

A idade não é impeditivo para tentar mudar o cenário político. Nesta eleição, no Paraná, 58 anos afastam o candidato mais jovem do mais idoso. O contador aposentado Renê Berti (PTB), de 79 anos, que concorre a uma cadeira na Assembleia Legislativa, conta que tem netos mais velhos que o auxiliar administrativo e candidato a deputado federal Isaak Almeida (PSDC), que completou 21 anos em maio.

 

Embora a vontade dos dois curitibanos, estreantes em eleições, seja melhorar a vida dos paranaenses, eles têm planos e objetivos distintos. Enquanto Renê Berti se filiou apenas neste ano, Isaak está no segundo partido. O jovem conta que começou a trajetória política aos 9 anos, influenciado pelo avô e bisavô. Participava do grêmio estudantil nos colégios em que estudou e militou na juventude do PSDB. “Há anos ouvi da Fernanda Richa [primeira dama do Paraná] que eu tinha futuro na política, mas nem imaginava que seria candidato aos 21”, revela.

 

 

Idade mínima

No Paraná, o PEN registrou a candidatura de Jéssica Bonfim, de 19 anos, mas ela foi indeferida pelo TRE-PR. A Constituição Federal determina que a idade mínima para candidato a deputado – estadual ou federal – é de 21 anos. Pela Lei Eleitoral pessoas aos 18 anos podem se candidatar somente ao cargo de verea­­dor. No Paraná, 20 dos 1.191 candidatos têm menos de 25 anos e 32 têm mais de 70.

 

R$ 4,5 milhões é o valor máximo previsto para as campanhas dos candidatos mais novo e mais velho no Paraná. Isaak Almeida (PSDC) declarou que pode gastar até R$ 2 milhões na campanha e Renê Berti (PTB), até R$ 2,5 milhões.

 

Defensor da redução da maioridade penal dos 18 para os 12 anos e da revogação da Lei da Palmada, Isaak Almeida diz que foram as leis que ‘ferem a família e o trabalhador’ e a falta de jovens na vida pública que o levaram para o pleito. “Eu quero motivar a juventude. Mostrar que é possível mudar o país com uma política justa, humana e sustentável”, afirma. Sobre a idade, ou a falta dela, Isaak não se importa. “Não me candidatei apenas para criar nome. Em toda cidade, bairro, rua que eu visito, entrego panfletos, converso, apresento minhas propostas com seriedade”, narra Isaak, que trancou a faculdade de Medicina para disputar uma das 30 cadeiras que o Paraná tem na Câmara dos Deputados.

 

 

Voz da experiência

 

Renê Berti pensou muito antes de se aventurar na vida pública. Pai de três filhos e avô de seis, o contador trabalhou a vida inteira na iniciativa privada e nunca tinha pensado em política. “Fui convencido por um amigo e candidato a deputado federal, Osvaldo Buskei. A gente nunca está satisfeito com o que o governo faz porque achamos que podemos fazer melhor”, afirma.

 

O contador disse que a profissão o ajudou a lançar a candidatura. “A vida inteira trabalhei com impostos. Sempre soube de onde eles vêm, mas não sei para onde eles vão”, brinca. “Quero usar meu conhecimento para ajudar a elaborar melhor o orçamento do Paraná. Distribuir melhor os recursos, com mais eficiência. Dar mais ênfase ao trabalho dos professores, priorizar equipamentos para postos de saúde”, diz.

 

 

Quando questionado sobre o que a família achou da decisão e se tem esperanças de ser eleito, ele responde: “Ninguém entra em uma guerra para perder. Minha esposa ficou desconfiada no começo, mas agora já está completamente empenhada”, conta.

 

 

Mais novo, mais velho

 

Diferença de idade entre candidatos se acentua no país

 

Nesta eleição, a universitária Priscila Vicente Batista (PTB), de Vila Velha, no Espírito Santo, é a candidata mais nova do país. Com apenas 20 anos (ela completa 21 em setembro), Priscila concorre a uma cadeira na Assembleia Legislativa daquele estado. Em entrevista para Gazeta do Povo, a estudante de Pedagogia conta que desde criança se interessa por política. “Meu pai me influenciou, ele foi candidato a vereador”, diz.

 

 

Apesar da pouca idade, ela se sente preparada para representar os capixabas, principalmente a população mais jovem. “Ser a candidata mais jovem não me diminui. Os jovens têm que se envolver mais com a política, é o que eu defendo. Vou brigar por educação, primeiro emprego, universidade, creches”, afirma.

 

 

O candidato mais velho do Brasil é o ex-policial militar Délio Velloso (PRB-SP), que completa 92 anos no fim de 2014. Coronel Velloso, como é mais conhecido, tenta uma vaga na Câmara Federal. Na segunda campanha (a primeira e fracassada tentativa foi na década em 1980, para deputado estadual), ele espera um resultado diferente e diz que não se preocupa com o rótulo. “Sou o mais idoso. O que importa é que eu tenho saúde mental e física invejável e exercerei o cargo com a honestidade e a sabedoria de um ancião. Desejo transferir aos mais novos meus conhecimentos”, afirma.

 

 

O coronel Velloso diz que espera vencer com os votos dos ‘irmãos’ que acreditem na palavra honesta dele. “E por aqueles que desejam ter no Congresso representantes que lutem para dar ao povo brasileiro condições dignas de vida social, econômica e política”, argumenta. Nas eleições de 2014 o Brasil tem 25,4 mil candidatos, destes 489 têm menos de 25 anos e 675 têm mais de 70 anos.

 

Fonte: Gazeta do Povo, 04 de agosto de 2014

 

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