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Para manifestantes, pesquisa reflete desatenção às demandas



"É um grande erro achar que os protestos de junho acabaram. O desejo de mudanças profundas está aí e o governo não atendeu as reivindicações que foram feitas". Mestrando em sociologia, o estudante Thiago Aguiar, de 24 anos, era um dos centenas de manifestantes que fizeram na noite de ontem o quarto protesto contra a Copa do Mundo em São Paulo.

Para o estudante, a queda de popularidade do governo Dilma Rousseff, registrada na pesquisa CNI/Ibope, está vinculada ao descompasso entre os altos investimentos federais em obras para o Mundial e a falta de recursos para educação, saúde e transporte, pedidos nas manifestações de 2013. "A falta de resposta traz indignação popular", disse Thiago, integrante do movimento Juntos, do PSol, e dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

A atriz Julia, de 23, que não quis divulgar o sobrenome, disse que as manifestações de junho "abriram um espaço" para os protestos nas ruas que devem se intensificar, mas afirmou que as demandas apresentadas nos protestos não foram atendidas.

"As pessoas estão insatisfeitas com os governos e estão dando vazão a isso", disse. "A inflação está aumentando, o poder de compra das pessoas está diminuindo. A Copa surge como o grande acontecimento, mas ao mesmo tempo a vida do jovem, do trabalhador está pior". Para Julia, um reflexo dos protestos nas eleições se dará peloaumento dos votos nulos. "Há uma insatisfação geral com os políticos".

Com uma bandeira do Brasil enrolada ao corpo, o odontólogo Jorge Ferreira, de 59 anos, disse que os protestos estão mostrando as mudanças que devem acontecer nas eleições. "Não significa que o povo não vai votar em quem está aí, mas os protestos estão mostrando que o povo está pensando mais", disse.

"Há um excesso de gastos, de desvios de recursos públicos. O impacto na eleição vai ser forte. O problema não está só com o PT, mas com todos os partidos". Segundo a PM, mil policiais foram escalados para o ato. O tenente-coronel Marcelo Pignatari estimou o número de manifestantes entre 1.500 e 2 mil.

Fonte: Valor

 

 

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