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Justiça proíbe notícias de processos envolvendo presidente do TJ-PR

O jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba, está proibido de publicar qualquer informação sobre os processos envolvendo o nome do presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado do Paraná, Clayton Camargo. A decisão judicial é válida desde sexta-feira (23).


Camargo é investigado pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foi aberto um procedimento para verificar as denúncias de venda de sentença em uma disputa judicial por guarda de crianças. Há também uma investigação sobre tráfico de influência. Existe a suspeita de que o presidente do Judiciário paranaense agiu para eleger o filho, o ex-deputado Fábio Camargo, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). Fábio Camargo tomou posse no dia 22 de julho deste ano.


Camargo tem afirmado que não dá entrevistas, porque, segundo ele, não precisa dar satisfações à imprensa.


A "Gazeta do Povo" pertence ao Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), do qual também faz parte a RPC TV, afiliada da Rede Globo no estado.Em nota, o veículo alvo da decisão judicial afirmou que não iria comentar a decisão, uma vez que o processo tramita em segredo de justiça. 



“A Gazeta do Povo esclarece que existe uma ação movida pelo desembargador presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, Clayton Camargo, contra o jornal. Entretanto, o processo judicial tramita em segredo de justiça, razão pela qual a Gazeta do Povo não pode se manifestar a respeito.”


A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) se manifestou sobre a questão e caracterizou o caso como censura. “A Abraji rechaça este novo episódio de censura judicial. A censura foi banida no Brasil pela Constituição Federal de 1988. É especialmente preocupante que seja o judiciário a fazer uso desse expediente e privar a sociedade do direito à informação”, diz trecho da nota divulgada no site da instituição.


No mesmo sentido, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) afirmou que a possibilidade de censura provoca mobilização da categoria. “O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná afirma que defende a liberdade de imprensa, mas ressalta que ainda não conhece o teor do documento jurídico que o jornal Gazeta do Povo recebeu do Judiciário do Paraná sobre as supostas denúncias barradas no veículo sobre o presidente do TJ, desembargador Clayton Camargo. A mínima ideia de censura já provoca a mobilização do sindicato em favor dos profissionais da imprensa e da garantia de expressão vinda da nossa Constituição.”


Fonte: G1, 27 de agosto de 2013

 

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