Pesquisa aponta que a melhor remuneração feminina está na ocupação de analista de marketing; diferença salarial chega a 31% em relação ao sexo oposto
As mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no mercado de trabalho, direitos trabalhistas e bons salários. Recente pesquisa, realizada pela SalárioBR - Serviço de Pesquisa de Cargos e Salários, aponta que pelo menos em sete ocupações o público feminino já está faturando mais que o masculino. Segundo o levantamento, as mulheres estão sendo mais valorizadas nas funções de analista de marketing, analista de construção civil, engenheiro de automação, gerente de agricultura e agropecuária, diretor de recursos humanos, engenheiro cartográfico e assistente de comunicação.
A maior diferença salarial com predominância feminina está entre os analistas de marketing. De acordo com os dados, elas ganham 31% mais do que eles. Enquanto os homens recebem R$ 2.300,97, as mulheres têm salários de R$ 3.005,01. O contraste também é alto nas ocupações de analista de construção civil, que chega a 19% e engenheiro de automação, com 12%. Entre as sete ocupações, a que apresenta a menor diferença é de assistente de comunicação, com 1,17%. Nos demais cargos, o degrau não ultrapassa 3% (leia mais nesta página). Os pesquisadores ressaltam que estes valores se referem a uma média nacional.
A gerente responsável por cargos e salários do SalárioBR, Fabiana Zandroski, esclarece que a pesquisa teve como base as informações profissionais presentes no Banco Nacional de Empregos (BNE), que conta com mais de 5,3 bilhões de currículos, 15,9 mil vagas e 83 mil empresas cadastradas. "Selecionamos as profissões que havia alta demanda por mulheres no Brasil e levantamos as funções e as médias salariais. Após uma auditoria para saber se os salários condiziam com a realidade do mercado, produzimos uma média geral para a comparação, divididos por sexo", esclarece. Para se chegar as sete profissões citadas, estima-se que foram avaliados cerca de 100 mil currículos de todo o Brasil.
Esta foi a primeira pesquisa do gênero realizada pela empresa e, segundo Fabiana, o resultado surpreendeu os pesquisadores, sobretudo em relação a algumas profissões, que acreditava-se existir o domínio masculino, como as de analista de construção civil e engenheiro de automação. A ideia agora é realizar levantamentos similares pelo menos uma vez ao ano.
A busca da mulher por especialização é um dos principais motivos para justificar este avanço do sexo feminino em alguns setores do mercado de trabalho. "Há um apagão de mão de obra e, em contrapartida, a mulher vem buscando se atualizar e se especializar, ocupando esses cargos", afirma Fabiana.
A professora e doutora em Sociologia do departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Silvana Mariano, avalia que durante décadas as mulheres sempre ganharam menos que os homens, e ter ao menos sete ocupações em que se observa o contrário é algo relevante. "Dentro do universo de profissões, sete é pouco, mas estes dados têm um aspecto muito positivo porque podem estar apontando para uma tendência do mercado", afirma. Silvana argumenta ainda que as mulheres em média sempre tiveram mais escolaridade que os homens, mas isto não refletia no salário. A mudança desta tendência pode justificar os dados da pesquisa.
A socióloga pondera também que é importante analisar os cargos que a pesquisa aponta como em alta para mulheres. De acordo com Silvana, em setores como marketing, recursos humanos e comunicação não há surpresas porque é notório a predominância feminina, mas o levantamento mostra que as mulheres estão invadindo profissões, onde eles sempre se destacaram. "Profissões ligadas a algumas engenharias são predominantemente masculinas. É positivo ver que as mulheres estão se destacando nestas áreas e também ganhando mais", conclui.
Apesar das pesquisas e especialistas de recursos humanos apontarem um crescimento contínuo do sexo feminino no mercado de trabalho, levantamentos ainda mostram que, na maioria das ocupações, os homens continuam ganhando mais apesar de exercerem a mesma função.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ganho médio do trabalhador brasileiro em 2011, levantado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), foi de R$ 1,4 mil para homens e de R$ 997 para mulheres.
A maior diferença salarial com predominância feminina está entre os analistas de marketing. De acordo com os dados, elas ganham 31% mais do que eles. Enquanto os homens recebem R$ 2.300,97, as mulheres têm salários de R$ 3.005,01. O contraste também é alto nas ocupações de analista de construção civil, que chega a 19% e engenheiro de automação, com 12%. Entre as sete ocupações, a que apresenta a menor diferença é de assistente de comunicação, com 1,17%. Nos demais cargos, o degrau não ultrapassa 3% (leia mais nesta página). Os pesquisadores ressaltam que estes valores se referem a uma média nacional.
A gerente responsável por cargos e salários do SalárioBR, Fabiana Zandroski, esclarece que a pesquisa teve como base as informações profissionais presentes no Banco Nacional de Empregos (BNE), que conta com mais de 5,3 bilhões de currículos, 15,9 mil vagas e 83 mil empresas cadastradas. "Selecionamos as profissões que havia alta demanda por mulheres no Brasil e levantamos as funções e as médias salariais. Após uma auditoria para saber se os salários condiziam com a realidade do mercado, produzimos uma média geral para a comparação, divididos por sexo", esclarece. Para se chegar as sete profissões citadas, estima-se que foram avaliados cerca de 100 mil currículos de todo o Brasil.
Esta foi a primeira pesquisa do gênero realizada pela empresa e, segundo Fabiana, o resultado surpreendeu os pesquisadores, sobretudo em relação a algumas profissões, que acreditava-se existir o domínio masculino, como as de analista de construção civil e engenheiro de automação. A ideia agora é realizar levantamentos similares pelo menos uma vez ao ano.
A busca da mulher por especialização é um dos principais motivos para justificar este avanço do sexo feminino em alguns setores do mercado de trabalho. "Há um apagão de mão de obra e, em contrapartida, a mulher vem buscando se atualizar e se especializar, ocupando esses cargos", afirma Fabiana.
A professora e doutora em Sociologia do departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Silvana Mariano, avalia que durante décadas as mulheres sempre ganharam menos que os homens, e ter ao menos sete ocupações em que se observa o contrário é algo relevante. "Dentro do universo de profissões, sete é pouco, mas estes dados têm um aspecto muito positivo porque podem estar apontando para uma tendência do mercado", afirma. Silvana argumenta ainda que as mulheres em média sempre tiveram mais escolaridade que os homens, mas isto não refletia no salário. A mudança desta tendência pode justificar os dados da pesquisa.
A socióloga pondera também que é importante analisar os cargos que a pesquisa aponta como em alta para mulheres. De acordo com Silvana, em setores como marketing, recursos humanos e comunicação não há surpresas porque é notório a predominância feminina, mas o levantamento mostra que as mulheres estão invadindo profissões, onde eles sempre se destacaram. "Profissões ligadas a algumas engenharias são predominantemente masculinas. É positivo ver que as mulheres estão se destacando nestas áreas e também ganhando mais", conclui.
Apesar das pesquisas e especialistas de recursos humanos apontarem um crescimento contínuo do sexo feminino no mercado de trabalho, levantamentos ainda mostram que, na maioria das ocupações, os homens continuam ganhando mais apesar de exercerem a mesma função.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ganho médio do trabalhador brasileiro em 2011, levantado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), foi de R$ 1,4 mil para homens e de R$ 997 para mulheres.
Fonte: Folha de Londrina, 19 de agosto de 2013
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