Techint demite 700 em Pontal do PR
Onda de demissões ocorre depois que a OSX, de Eike Batista, cancelou a encomenda de uma plataforma
A onda de demissões aconteceu depois que a OSX, empresa de indústria naval da holding de Eike Batista, anunciou o cancelamento da encomenda de uma das duas plataformas de exploração de petróleo que estavam sendo construídas no local.
Dificuldades
Petroleira de Eike descobriu que maioria dos poços era inviável
A interrupção de parte do contrato com a Techint foi anunciada depois que a OGX, petroleira do grupo de Eike, constatou que é inviável explorar três dos seus poços de petróleo do campo Tubarão Azul, na Bacia de Campos (RJ). O anúncio levou ao cancelamento de cinco plataformas que já estavam contratadas pela petroleira, uma delas da Techint. Na oportunidade, a OSX, responsável pelas plataformas, admitiu que 70% dos US$ 449 milhões que recebeu da OGX seriam destinados para honrar o pagamento dos dois projetos de plataformas restantes. Uma delas está sendo contruída pela própria empresa de Eike Batista e outra pela multinacional sediada em Pontal do Paraná.
Em razão de uma cláusula contratual com o cliente, a Techint disse não poder confirmar o número de demitidos e a causa dos desligamentos. Em nota, a empresa justifica que o projeto de construção da plataforma cancelada será readequado.
Segundo Marim, os colaboradores dispensados eram de fora do Paraná e foram para a cidade especialmente para trabalhar no projeto cancelado. “Os funcionários eram, em sua maioria, soldadores e exerciam outras funções que exigem menor qualificação profissional”, disse.
Um dos dispensados é o paraense Joenderson da Conceição, que veio de Belém e trabalhou por nove meses como lixador na Techint. “Estou um pouco decepcionado. Agora vou voltar para minha terra e procurar outra oportunidade na minha região”, diz.
Abalo
Segundo o procurador-geral de Pontal do Paraná, o corte atingiu um terço dos trabalhadores da empresa, o que resulta em grandes impactos para a economia de Pontal do Paraná.
O Restaurante da Ivete, que fica perto do estaleiro, registrou queda imediata no movimento. Eram servidas 300 refeições por dia aos trabalhadores da multinacional e hoje são 50. A rede de hotéis Dubai, que atende a Techint, registra queda de 20% na ocupação.
De acordo com comunicado emitido pela OSX no início deste mês, a Techint segue com a produção de uma das plataformas. Quando o ex-bilionário – segundo a Bloomberg, Eike tem agora patrimônio de US$ 200 milhões – contratou a fabricante de plataformas de petróleo, os dois projetos somavam R$ 1 bilhão.
A nota da Techint diz que a empresa continua com investimentos na cidade, visando à construção da plataforma P-76, para a Petrobras, projeto que será iniciado após a entrega da plataforma da OSX, nos próximos meses.
Fonte: Gazeta do Povo
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