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Presidente da Força sobe tom contra Dilma, sem adesão das centrais

Ao fechar o primeiro dia do sétimo congresso da Força Sindical, o presidente da central, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, subiu o tom dos ataques ao governo, que para ele "não tem mais nada a ver com os trabalhadores". O tom de ruptura destoou do posicionamento de outras entidades, embora haja concordância quanto às críticas pelo não atendimento da pauta de reivindicações das centrais, a chamada agenda trabalhista.



Durante seu discurso, Paulinho referiu-se à presidenta Dilma Rousseff como "essa mulher" ou "essa senhora", que ele "lamentavelmente" apoiou em 2010. E disse ver com tristeza "como a gente erra na vida".



O presidente da CTB, Wagner Gomes, foi mais ponderado. "Não achamos que o problema do Brasil é a presidenta Dilma. Mas está ficando cada vez mais claro que é preciso uma outra política econômica", afirmou. Ele acredita que, diferentemente de 2010, pode não haver unanimidade entre as centrais em relação ao apoio a um candidato, mas diz ainda ser possível que isso aconteça, caso a presidenta atenda às reivindicações. "Isso não está descartado. Defendemos a continuidade desse projeto.



De certo modo, estamos retomando as negociações", avaliou. O dirigente classificou as manifestações de "fora Dilma", expostas em cartazes principalmente na primeira fileira do plenária, como um "direito de expressão".



Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, não houve manifestação generalizada, mas de uma parcela dos delegados. "Não dá para dizer que foi todo o congresso", comentou, lembrando que "cada liderança pode ter a candidatura que achar mais conveniente". Isso não afeta a unidade entre as centrais, acrescentou, porque ela é feita para defender uma pauta de interesse dos trabalhadores.



"Seria importante que construíssemos de novo (a união em torno de uma candidatura). Mas não é isso que vai determinar a unidade", observou. O sindicalista admite que o governo "não tem agilidade" nas respostas às reivindicações. E lembrou que está prevista uma paralisação nacional em 30 de agosto, "a maior da história deste país", caso três pontos considerados fundamentais não sejam atendidos até lá: exclusão do Projeto de Lei 4.330, sobre a terceirização, fim do fator previdenciário ("O governo tem obrigação de acabar e tem como fazer") e redução da jornada para 40 horas semanais.



Também há uma manifestação marcada para 6 de agosto, contra a terceirização. Os atos deverão ser realizados diante de confederações e federações patronais. Na próxima segunda-feira (29), representantes das centrais se reunirão na sede da UGT, em São Paulo, para discutir a organização dos atos dos dias 6 e 30.



O presidente da CSB, Antônio Neto, diz respeitar o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, mas defende "neste momento" que a interlocução seja diretamente com a presidenta. "Infelizmente, acho que mais para ela do que para nós, a pauta não avança", disse. As dificuldades na relação com o governo devem ser discutidas com a base "no momento certo", segundo ele.



"Não adianta ficar só defendendo ou apoiando um governo que não está cumprindo o que prometeu, enquanto a elite empresarial fica andando pelo Planalto com desenvoltura ímpar. Há agora uma blindagem que torna difícil chegar a ela (Dilma)", critica Neto, ressaltando que a observação não reflete um posicionamento para 2014.



Ele espera que a aliança vitoriosa em 2010 permaneça. "Tolo será o PT se abrir mão do PMDB. Eles deviam ter muito carinho com o PMDB. Michel (Temer) tem cumprido uma tarefa partidária fantástica. Não depende do PMDB. Precisa ver se o PT quer."

O congresso, que tem aproximadamente 4 mil delegados, termina na próxima sexta (26), com a reeleição de Paulinho. A entidade informa reunir por volta de 2.900 entidades em todo o país.



 

 

 

 

FONTE: Rede Brasil Atual, 25 de julho de 2013

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