MONTEVIDÉU - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, relativizou a abrangência das paralisações ocorridas na quinta-feira no país e fez um desafio a quem vê um divórcio dos sindicatos com o governo. "Uma parte importante e amplamente majoritária [dos sindicatos] apoia o governo com muita força. Quem duvidar disso, na campanha, verá", disse Mercadante, que chegou por volta das 23h de quinta-feira ao hotel onde estão hospedados a presidente Dilma Rousseff e seus auxiliares mais próximos, em Montevidéu.
Para ele, o grupo de sindicatos que articulou as paralisações faz parte de "um setor minoritário", que "é de oposição e continuará sendo". O ministro foi questionado justamente se não era uma novidade, para o governo de um partido com origem sindical, ver-se em confronto agora com movimentos organizados de trabalhadores.
Mercadante afirmou que o pico de protestos e mobilizações já passou. "A tendência é de acomodação. O ciclo de manifestações está bem mais moderado". Para o ministro, é importante demonstrar disposição em dialogar, mas o governo não pode aceitar atitudes como bloqueios de estradas. "Os excessos têm que ser coibidos. As pessoas que desrespeitarem a lei terão de pagar", advertiu.
Ele citou, como exemplo de que o governo não tolera abusos, os protestos dos caminhoneiros. "Quando os caminhoneiros tentaram, o governo foi muito firme em não negociar. Temos que assegurar toda a liberdade de expressão e de manifestação. A minha geração pagou um preço muito caro para que a gente tivesse essa ampla liberdade, mas ninguém pode desrespeitar a lei e o direito do outro. Quando isso acontece, o Estado reage".
Fonte: Valor
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