O Brasil está 'no caminho' para se tornar um país com maior nível de igualdade entre homens e mulheres, mas ainda tem muito o que fazer nesse sentido. É o que mostra um estudo da Booz & Company que, baseado em dados socioeconômicos, organizou um ranking de mais de cem países de acordo com sua capacidade de transformar mulheres em agentes ativos da economia.
No ranking de 128 países, o Brasil fica na 46ª posição, o que o coloca em um grupo de 42 países denominado 'no caminho para o sucesso'. O Brasil fica à frente da China, na 58ª colocação, e da Índia, que se aproxima do fim do lista, em 115º lugar. Mas perde para outros países da América Latina, como a Argentina, em 35º, o Uruguai, em 38º, e o México, em 42º. A lista é liderada pela Austrália, seguida de países europeus como a Noruega, Suécia, Finlândia, Holanda e Alemanha, além da Nova Zelândia e o Canadá. Os EUA ficam na 30ª posição.
'Há uma correlação clara entre as políticas de desenvolvimento de oportunidades econômicas para mulheres e o sucesso real dessa população nas economias nacionais', diz o sócio sênior da Booz & Company para a América Latina, Ivan de Souza. A consultoria estima que, se o nível de mulheres empregadas se igualasse ao de homens, o impacto no PIB seria, no Brasil, de 9%, enquanto em países como o Egito e a Índia ficaria perto dos 30%.
Além disso, o aumento da participação das mulheres também seria responsável por melhores índices de alfabetização, acesso à educação e mortalidade infantil. 'Medidas positivas focadas em capacitar economicamente as mulheres não só contribuem para os objetivos imediatos de mobilizar o mercado de trabalho como também levam a maiores ganhos para todos os cidadãos', afirma Souza.
O Brasil se coloca no grupo com resultados mais positivos, pois se sai melhor nos rankings de 'avanços' e 'políticas de acesso ao mercado de trabalho' do que no geral - em ambos os casos fica na 29ª posição. De acordo com o estudo, isso aconteceu porque as mulheres se beneficiaram do crescimento econômico que alavancou boa parte da população à classe média. No entanto, o Brasil se saiu mal no ranking de igualdade de salários, no qual ficou com a 65ª posição. Segundo dados de 2008 usados pela pesquisa, a diferença entre os salários de homens e mulheres no país é de 38,5%, uma das maiores da América Latina.
A pesquisa também enumerou recomendações que poderiam avançar a igualdade de gêneros no país, como o desenvolvimento da infraestrutura de creches, implementação de leis mais fortes contra discriminação salarial, desenvolvimento de qualificação para mulheres da área rural e redução de impostos para casas sustentadas por mães solteiras.
Fonte: G1, 21 de janeiro de 2013
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