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IBGE: brasileiras estudam mais, mas ainda ganham menos

Mesmo com média superior de estudo, ganho médio das mulheres é de 70,4% em relação ao dos homens. Mas diferença diminuiu em relação a 2009

 

Agência Brasil


Em média, brasileiro tem 7,5 anos de estudo, segundo pesquisa do IBGE


Apesar de serem mais escolarizadas que os homens, as mulheres brasileiras ainda ganham menos no mercado de trabalho. Dados divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o ganho médio das mulheres equivale a 70,4% aos rendimentos dos homens. Mas o cenário já foi pior. Em 2009, essa proporção era de 67,1%.  Já as mulheres economicamente ativas, com dez anos ou mais de idade, têm, em média, 7,3 anos de estudo. Os homens ficam atrás, com 7,1 anos. Na média geral, a população brasileira tem 7,5 anos de estudo.


A pesquisa mostra que o rendimento médio mensal das mulheres passou a ser de R$ 997 no ano passado, uma alta de 13% em relação aos índices de 2009, quando o valor era de R$ 882. No entanto, entre as mulheres ocupadas, 31,4% recebiam até um salário mínimo por mês, de R$ 622, e somente 0,4% ganhavam acima de 20 salários mínimos, o equivalente a R$ 12.440.


Entre os homens, o rendimento médio cresceu menos, e passou de R$ 1.314 para R$ 1.417, alta de 7,8%. A proporção de homens que ganhavam apenas um salário mínimo foi de 22,1% e somente 0,9% ganhavam mais de 20 salários mínimos. Já a taxa de desocupação – considerando homens e mulheres -, que era de 8,2% em 2009, caiu para 6,7% em 2011, a menor desde 2004, de acordo com o IBGE. A taxa caiu menos para as mulheres, de 11% para 9,1%, do que para os homens, de 6,2% para 4,9%.


Tarefas domésticas


Do total de 39,41 milhões de trabalhadoras no país, 15,6% eram domésticas em 2011. Os dados da pesquisa indicam também que, além da jornada no mercado de trabalho, homens e mulheres estão se ocupando menos de tarefas domésticas. Em 2011, 89,4% das mulheres ocupadas tinham afazeres domésticos depois do trabalho. Em 2009, essa fatia era de 90,2%. Já entre os homens, a proporção é diferente. Apenas 47% se ocupavam dessas atividades dentro de casa, contra 49,8% dois anos atrás. Os dados mostram ainda que os homens trabalham mais que as mulheres. Entre os que trabalham de 49 horas ou mais por semana, 19,5% são homens e 11%, mulheres.


Em relação à escolaridade, os jovens na faixa dos 20 a 24 anos têm, em média, 9,8 anos de estudo. No entanto, a parcela feminina registra 10,2 anos, enquanto os homens somam 9,3 anos de frequência na escola.As mulheres apresentam mais anos de estudo que os homens em todas as faixas etárias, com exceção do grupo com 60 anos ou mais. A parcela masculina desse grupo tem 4,6 anos de estudo, em média. Já entre as mulheres, a frequência média nos bancos escolares é de 4,3 anos.


Exclusão social


Um dado preocupante revelado pela pesquisa é o de que quase um terço das crianças pobres ainda estão fora da escola. Nas famílias com renda domiciliar per capita igual ou inferior a um quarto do salário mínimo, 69,1% das crianças com 4 ou 5 anos estão no jardim de infância e a taxa de escolarização delas é de 77,4%.


Dentre as famílias com renda domiciliar igual ou superior a um salário mínimo, 88,9% das crianças estudam. O índice de matrículas para crianças entre 6 e 14 anos de idade chega a 98,2%. Para os grupos familiares com renda domiciliar per capita igual ou superior a um salário mínimo, a evasão escolar de crianças de 6 a 14 anos é de 2,6%. Já entre os com rendimento maior, 99,2% dessas crianças seguem estudando.


As informações fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011.O estudo investiga dados sobre população, migração, educação, emprego, família, domicílios e rendimento. Foram ouvidas 358.919 pessoas em 146.207 domicílios. Segundo o IBGE, a população residente em 2011 no país era de 195,2 milhões.

Fonte: Congresso em Foco, 23 de setembro de 2012 

 

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