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Cinquenta e uma cidades terão só mulheres entre candidatos a prefeito

Cinquenta e uma cidades brasileiras terão nas eleições municipais de 2012 somente mulheres como candidatas na disputa pela prefeitura. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2008, 32 cidades não tinham homens entre os concorrentes ao cargo.


Os municípios onde a população vai eleger obrigatoriamente uma prefeita estão localizados em 17 estados (veja na tabela abaixo).


Em oito cidades, o único candidato é uma mulher: Minador do Negrão (AL), Serra da Saudade (MG), Sericita (MG), São Domingos de Pombal (PB), Presidente Castelo Branco (PR), Porto Vera Cruz (RS), Quinze de Novembro (RS) e Mirassolândia (SP).



MUNICÍPIOS EM QUE TODOS OS CANDIDATOS A PREFEITO SÃO MULHERES

AL

Minador do Negrão e Mar Vermelho

BA

Cardeal da Silva, Maraú e Conceição do Jacuípe

CE

Hidrolândia, Jardim e Varjota

GO

Buritinópolis, Montividiu e Mimoso de Goiás

MA

São Vicente Ferrer e São Pedro dos Crentes

MG

Aricanduva, Ibiaí, Pitangui, Serra da Saudade e Sericita

MS

Juti

PA

Primavera e Faro

PB

Nova Olinda, Pilar, Pombal, Matinhas, Santarém e São Domingos de Pombal

PE

Solidão

PI

Joaquim Pires

PR

Paranacity e Presidente Castelo Branco

RN

Nísia Floresta, Patu, Água Nova, Pureza, Taboleiro Grande, Santana do Matos, Janduís e São Pedro

RS

Catuípe, São João do Polêsine, Porto Vera Cruz e Quinze de Novembro

SE

Nossa Senhora Aparecida e Malhador

SP

Alto Alegre, Pongaí e Mirassolândia

TO

Sandolândia e Porto Alegre do Tocantins

Fonte: Divulgação de candidaturas do TSE, 2012

Dos 5.563 prefeitos eleitos no último pleito municipal, em 2008, 534 eram mulheres, o equivalente a 9,5% do total, superior ao registrado nas eleições anteriores.


Segundo o TSE, o percentual de prefeitas foi de 7,32% em 2004 e de 5,32% em 2000.


Sem homens na disputa


Em Mimoso de Goiás, a 243 km de Goiânia, duas mulheres tentam obter a maioria dos votos em uma população de 2.685 habitantes. No local, a maioria dos moradores - e eleitores - é composta de homens, mas a atual prefeita é mulher.


Localizado no Entorno do Distrito Federal, o município também apresenta uma característica semelhante à de mais de 300 cidades do Brasil: tem mais eleitores do que habitantes.


As duas candidatas são Miriã de Souza Vidal (PSD), de 39 anos, que tenta a reeleição, e a advogada Rosana Balestra (PP), de 49 anos. E seriam três mulheres, se uma das concorrentes não tivesse desistido.


Miriã, mãe de três filhos e formada em letras, foi lançada candidata a prefeita em 2008, para ocupar o lugar do marido. O então prefeito teve balanço rejeitado pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO).


“Sou eu quem administra a cidade, sim, ao contrário do que muitos dizem por aí. E eu conto com a ajuda do próprio povo, que sempre cobra uma boa gestão e me ajuda a fazer sempre melhor”, afirma.


A adversária Rosana Balestra, casada e mãe de dois filhos, há mais de 20 anos é advogada pós-graduada na área do direito administrativo.


Ela conta que resolveu tentar a carreira pública por ter sentido a necessidade de mudança na cidade.


“O município está na UTI, com problemas em vários setores. Mas minha prioridade é a educação, porque acredito que é a partir dela que resolvemos todos os demais problemas”, diz.


Em 2008, quando disputou a eleição na cidade pela primeira vez, todos os concorrentes de Miriã eram homens. Candidata à reeleição, ela se diz orgulhosa de ter sido não apenas a primeira mulher a assumir a prefeitura como também a primeira candidata a concorrer ao cargo.


Na época, o jingle utilizado na campanha explorou o fato de ela ser mulher. Em um trecho, a música dizia: “Quem vai mandar no mundo eu sei quem é. Quem vai mandar no mundo é a mulher”.  Agora, com uma oponente também mulher, “a frase perdeu o sentido”, brinca Miriã.


A advogada Rosana Balestra acredita que a mulher tem uma conduta mais flexível na hora de administrar.



Santina Gonçalves (PTB), a outra mulher que concorreria na eleição municipal de Mimoso de Goiás, deixou a disputa. O G1 foi até a casa dela, em Padre Bernardo, mas a equipe de reportagem foi informada de que ela estava viajando. Procurada três vezes por telefone, disse que não poderia falar no momento sobre a renúncia à candidatura.“O homem costuma ser mais impulsivo na tomada de decisões, e, assim, erra mais. Já a mulher tem mais equilíbrio, pensa mais antes de agir, tem mais medo de errar. Isso é salutar para o poder público. A impulsividade pode fazer com que o gestor homem erre mais”, afirma a candidata.


Única vereadora


A comerciante Edileuza D’Abadia, que se prepara para encerrar seu primeiro mandato como vereadora, pelo PSD, afirma que não gostou da experiência legislativa. “Eu era muito mais útil à comunidade quando me dedicava apenas à área social”, afirma.


Com 41 anos de idade, é a única mulher na Câmara Municipal de Mimoso de Goiás e trabalha ao lado de oito vereadores. “O papel do vereador é representar o povo, fiscalizar. A gente lá não consegue fazer isso com transparência”, diz.


Ainda assim, ela incentiva as mulheres a investir na vida pública. “Eu cresci e amadureci muito. As mulheres são mais honestas em todos os setores da vida e, por isso, precisam participar mais da política”. Para a vereadora, é motivo de orgulho ter duas candidatas disputando a prefeitura. “Isso me deixa deslumbrada”, resume.


Fonte: G1, 27 de agosto de 2012


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